Transposição: Águas de Satã

Imagens de obras na cidade de Cabrobó, em Pernambuco, podem ser vistas no documentário Transposição: Águas de Satã (2006), produzido pelo coletivo Telephone Colorido. O média-metragem denuncia a ocupação de terras tradicionais do povo indígena Truká para a construção de canais que receberão as águas do rio.
“Os ritos legais que deveriam ter sido seguidos para a instalação de semelhante obra em terra indígena foram negligenciados”, aponta o historiador Otto Mendes, integrante do coletivo. O filme foi realizado pela Telephone em parceria com os Truká e os Tumbalalá e com a Comissão Pastoral da Terra, o Conselho Indigenista Missionário e o Centro Josué de Castro.
Além dos índios envolvidos no documentário, a transposição altera a vida de mais seis povos do Nordeste: Kambiwá, Pipipã, Pankararu, Tuxí, Tuxá, Xocó, Calancó, Jeripancó, Caruazu e Catoquim. “Todos que andam pelo Sertão já viram pessoas morando a poucos metros do Velho Chico, mas sem acesso à água por causa do valor que precisam pagar. As águas da transposição serão ainda mais caras, o que vai limitar o uso desta água a grandes proprietários”, alerta o cineasta e pesquisador.

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