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Os filmes desse programa são para crianças de todas as idades e para quem quer refletir sobre a infância e a educação. São filmes que falam das lendas das águas, do campo e da floresta, do mundo mágico da imaginação infantil, do respeito com a natureza, da condução da educação das crianças com cuidado e autonomia.

Carranca é uma ficção que revela o mundo mágico das lendas do São Francisco, dos seres que habitam suas águas profundas e do imaginário de mistério vivenciado pelas crianças que habitam suas margens. Influenciada pelas conversas que escuta em casa, uma garota pega escondido a carranca que seu avô está esculpindo para brincar no rio. Mas a carranca cai na água e quem a encontra é o Nego d’água. O filme cria um clima de medo e de coragem na vivência  com as forças da natureza.

Matinta Pereira é uma animação da série “Juro que vi”, que conta a história desse personagem mítico brasileiro. Matinta Pereira é uma bruxa velha que se transforma em pássaro e assombra as casas durante à noite, perturbando o sono das pessoas até um dos moradores dizer em voz alta que oferecerá para ela um presente. No dia seguinte, com o aspecto de velha, Matinta vai às casas e recebe o que lhe foi prometido. Se não lhe for entregue, ela amaldiçoa todos os moradores da casa, com doenças ou mesmo com mortes. Num dia em que Matinta passa para buscar seu pagamento, uma garotinha acaba entrando no embrulho da bruxa para recuperar sua boneca e é levada até a casa da mulher pássaro. Ela e Matinta se tornam amigas e Matinta ajuda a criança a voar, a ser pássaro, a vencer o medo. O filme é ambientado numa vila com referências do semi árido brasileiro, assim como também a sua trilha sonora. O filme tem a colaboração de alunos da  Escola Municipal George Sumner, do Rio de Janeiro.

Histórias e modos de caçar Xacriabá mostra uma forma de compreender, em parte, a cosmologia Xakriabá. Investiga por meio das histórias de caçadores como se dá a relação com o meio em que vivem, o mato, os bichos, as plantas e os encantos. Realizado na Aldeia Barreiro Preto Xacriabá,  em São joão das Missões-MG, o documentário traz depoimentos dos antigos sobre a relação espiritual com a caça e com a terra e passeia com as crianças que armam arapucas, pescam e caminham pelo rio, numa iniciação cotidiana e  lúdica das atividades da cultura.  A  câmera realiza esse encontro com naturalidade, observa e interage com as crianças.

Bia desenha: cores são estados de espírito. é um episódio da série infantil Bia Desenha, que traz histórias  de Bia e Raul, primos de  uma família que foge dos padrões tradicionais, já que Bia é criada apenas pela mãe e Raul apenas pelo pai.  Os dois moram em casas ao redor do mesmo quintal, numa periferia da região metropolitana do Recife. A grande aventura da vida deles é quando se encontram depois da aula para brincar e desenhar. Ao lado do primo Raul, ela deixa a imaginação fluir nas brincadeiras vividas no quintal da sua casa. A série nos faz refletir sobre a afetividade nos vínculos familiares e é protagonizada por personagens negros, valorizando a representatividade racial, o cotidiano da periferia e uma educação presente e amorosa.

Era uma vez tudo verdim é uma animação feita a partir dos desenhos, animações e cantos de alunos da escola estadual Angelo Pereira Xavier, em Paulo Afonso-BA. Apesar da ausência de chuvas na região, as crianças da etnia Pankararé narram um sertão todo verde onde o ser humano não está no centro do universo e não é maior ou melhor que os pés de Jatobá, animais, terra, água, sóis ou chuvas. Eles e as outras gentes vivem em harmonia com os seres Encantados, carros, aviões e  animais.