Histórias que se contam na busca e redescoberta das águas
As águas caem do céu, correm pelos rios, entram na terra, atravessam o Brasil levando fertilidade, abundância, bem estar. As águas são símbolo da fluidez das emoções humanas. A vida humana está concentrada perto de onde tem água. Seja no sertão, onde ela é escassa ou nas cidades onde estão poluídas, as águas são objeto do consumo humano na maior parte de suas atividades e são objeto de atração, de desejo, de necessidade do corpo e da alma. O respeito, o cuidado e o manejo sustentável das águas são extremamente necessários nesses tempos de crise ambiental. Os filmes do programa Em Busca das Águas mostram de diferentes formas a necessidade de preservação e do uso consciente das águas e os desdobramentos positivos para a coletividade e o equilíbrio da vida nos ecossistemas.
Águas de Romanza é uma ficção sobre uma avó e sua neta que moram no sertão cearense. A neta nunca viu a chuva. A avó, velha e doente, decide realizar o sonho da menina e conta com a ajuda de um caixeiro viajante. O filme aborda as dificuldades das grandes secas do semiárido e também a nossa capacidade de adaptação para realização dos nossos desejos, mesmo que seja através da imaginação.
Outro Sertão: Trinta e cinco anos depois de uma estiagem que matou mais de um milhão de pessoas de fome ou de sede, o semiárido brasileiro se vê transformado pela ação de comunidades, entidades populares e pela introdução de tecnologias simples como cisternas de água de chuva e as práticas da agroecologia. Moradores do semiárido baiano contam como as mudanças foram acontecendo e como manejam seus recursos para resistir a uma seca maior que do que aquela do início da década de 80.
Tinga das Gerais – rio, sertão, alma e tambores é realizado a partir de uma conversa online recente com o poeta, compositor e cantor, Tinga das Gerais, morador de Três Marias, e um dos milhares de atingidos pela ruptura da barragem da Vale em Brumadinho. Ele fala de sua relação sensível com as águas, fonte de inspiração do seu trabalho. Ele canta e conta suas memórias de quando o rio era saudável e era fonte de lazer e de saúde. Fala das mazelas do presente e nos deixa ver sua relação de devoção, gratidão e cuidado com as águas e a natureza.
Felicidade é um documentário realizado durante a oficina de vídeo do projeto Valorização das Nascentes Urbanas da bacia do Ribeirão do Onça, que promoveu a revitalização de 9 olhos d’água da região. Os alunos retratam a sua comunidade e dão destaque aos aspectos positivos de bem estar e do convívio da comunidade. Em um desses olhos -d’água foi construída uma bica, um democrático espaço de encontro e de saúde promovido pelas águas.